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Mesmo com chuvas intensas, Santos encerra Plano Preventivo da Defesa Civil sem ocorrências fatais

Publicado: 3 de maio de 2024 - 16h09

EGLE CISTERNA

Mesmo com chuvas intensas que, em janeiro, superaram em mais de 75% a média de precipitação dos últimos 30 anos, Santos encerrou o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) 2023-2024, na última terça-feira (30), sem registrar episódios fatais na Cidade. Obras realizadas nos morros e um trabalho constante de prevenção foram fundamentais para aumentar a segurança nas áreas mais vulneráveis do Município.

Durante o verão, a Cidade ficou 16 dias em estado de Atenção, sendo que 10 deles ocorreram em janeiro, quando foram registrados 19 dias de chuva. Com uma precipitação total de 584 milímetros, o primeiro mês de 2024 teve uma alta de 75,8% em relação à média de precipitação dos últimos 30 anos, que é de 332 mm.

Nos demais meses monitorados durante o PPDC, o índice de precipitação ficou abaixo da média histórica: 141 milímetros em dezembro, quando a média mensal é de 256,5 milímetros; 155 milímetros em fevereiro (média de 305,6 milímetros); 200,7 milímetros em março (média de 293,8 milímetros); 169,6 milímetros em abril (média de 220,6 milímetros). Ao todo, entre 1º de dezembro de 2023 e 30 de abril deste ano, foram registradas 470 ocorrências diversas como, por exemplo, deslizamentos, queda de galhos e árvores. Em janeiro, devido à intensidade das chuvas, houve a necessidade de fazer a remoção definitiva de 30 famílias moradoras de área de risco dos morros, que tiveram deslizamentos próximos a suas residências.

No PPDC de 2023-2024, a Defesa Civil recebeu o reforço de 143 funcionários da Prefeitura, vindos de 12 secretarias, já capacitados em cursos e com experiência em edições anteriores, além da equipe fixa de 36 profissionais. “Foi um período dentro da média, apesar de ter chovido bastante em janeiro. Tivemos o reflexo do El Niño, com eventos de fortes ventos e acumulados de chuva mais altos, porém não tivemos eventos mais graves como estamos vendo no Sul do País”, afirma o coordenador da Defesa Civil de Santos, Daniel Onias.

O coordenador da Defesa Civil atribui a situação mais favorável na Cidade a todo o planejamento que vem sendo desenvolvido. “Tudo isso vem dentro daquele objetivo que temos de reduzir as consequências, apesar de os eventos climáticos estarem cada vez mais severos, com a preparação das comunidades, as visitas antecipadas às áreas de risco, os alertas meteorológicos e, sobretudo, as obras de segurança como contenções, drenagens, muros de arrimo, que são fundamentais, principalmente nos morros”.

MAIS PREVENÇÃO

Para combater alagamentos, com chuva forte ou fraca associada à maré alta ou baixa, em maio de 2023, foi inaugurada a primeira Estação Elevatória com Comportas (EEC), no bairro Castelo, dentro do programa de macrodrenagem da Prefeitura, com investimento de R$ 38,1 milhões. Outras duas estações elevatórias foram anunciadas neste ano para acabar com os alagamentos na entrada da Cidade.

Apenas em 2021, após as fortes chuvas de março 2020, o Município investiu cerca de R$ 100 milhões, dentro do Programa Santos Mais Bonita, em obras de contenção de encostas, drenagem, zeladoria e acessibilidade nos morros do Pacheco, Jabaquara, Saboó, São Bento, Vila Progresso, Monte Serrat, Marapé, Nova Cintra, Fontana, Santa Maria e Penha, onde foram beneficiadas mais de 30 mil pessoas. Atualmente, a Prefeitura está com obras em trechos dos morros da Caneleira, José Menino, Monte Serrat, Ilhéu Alto, Saboó, Santa Maria e Pacheco.

OUTRAS AÇÕES

O trabalho do PPDC é desenvolvido desde 1989 e ganhou reforço em Santos nos últimos anos. Em 2017, por exemplo, foi criado o cargo de agente de Defesa Civil, com a contratação, por concurso público, de 17 funcionários. Hoje, o órgão conta com um corpo técnico de 40 profissionais, sendo que Santos é a única cidade do Estado a ter um meteorologista na sua Defesa Civil.

A Cidade ampliou ainda o número de pluviômetros automáticos, passando de 10 equipamentos em 2012 para 17 em 2018. Eles estão instalados nas áreas de encosta e bases de estações pluviométricas. Parcerias também são importantes para as ações preventivas, como as firmadas com Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas da Universidade Santa Cecília, para a emissão de boletins com previsões de ressaca, e com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), para um trabalho educativo nas escolas, o ‘Prevenção de deslizamentos se aprende na escola: ciência cidadã em redução de riscos de desastres’.

A Defesa Civil também desenvolve parceria com Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de SP para conhecer as causas das quedas de árvore na Cidade, direcionar ações preventivas e de minimização de riscos. Em paralelo ao mapeamento de árvores, a Prefeitura faz o manejo arbóreo que, neste ano, reduziu em 50% as ocorrências de queda de árvores durante ventanias, como a que ocorreu no início de novembro.

O IPT ainda está realizando a atualização do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR) nos morros, que será finalizado neste ano para a implantação no próximo verão.

 

Esta iniciativa contempla o item 13 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Ação Contra a Mudança Global do Clima. Conheça os outros artigos dos ODS.